Mais uma vez me arrumo. Vou sair. Certas noites me sinto perdido, não sei que direção tomar. Na rua da Aline lembro que terminamos há um mês e volto correndo. Passando em frente à casa da Renata ouço o latido do seu cachorrinho de colo que nunca gostou de mim. Sei que não é ali mas ainda não me lembrei do endereço certo da minha namorada. Nisto vejo vindo em minha direção a linda Julliett e vacilo; mas nunca entrei na sua casa. Ficamos apenas. Ela me sorri, e passa. Alice, Amanda, Carol, Polyana, meu Deus!, onde estará o meu amor? Abatido sento-me num banco da Praça 1* de maio e, sem notar nos casais ali, seguro a cabeça entre as mãos lutando com minhas lembranças. E na minha cabeça vêm tantas salas, tantos portões, tantos ex-cunhados e sogros, tantas ruas... Desisto. Levanto a cabeça e olho pro Santo Antônio. Pra Vila. Pro Santa Efigênia. Bela Vista. Será o São José? Desisto e tomo novamente a direção da minha casa. Impossível, enlouqueci. Esqueci até onde moro. Estou andando outra vez sem sentido. Mas um rosto começa a se formar no meu pensamento, sua voz, seus gestos, seu corpo. Minhas mãos deixam o bolso e meu passo torna-se mais firme. Ainda não sei aonde as minhas pernas me levarão mas logo me reconcilio com o caminho, as casas, as pessoas. Sorrio feliz para a Gabriela, Marcela, Mariana e até para a Karine porque já sei meu 'destino', que sorri pra mim quando me aproximo do portão e lhe sorrio de volta, benfazejo. Viviane, divertida, quer saber “que cara é essa”, mas só depois de me abraçar e beijar demoradamente. Então faço as pazes com o mundo, entrego-me nos braços do verdadeiro amor, agradecido por a ter encontrado e muito mais feliz por ter me encontrado também.