21 de setembro de 2003

PERDIDO DE AMOR

Mais uma vez me arrumo. Vou sair. Certas noites me sinto perdido, não sei que direção tomar. Na rua da Aline lembro que terminamos há um mês e volto correndo. Passando em frente à casa da Renata ouço o latido do seu cachorrinho de colo que nunca gostou de mim. Sei que não é ali mas ainda não me lembrei do endereço certo da minha namorada. Nisto vejo vindo em minha direção a linda Julliett e vacilo; mas nunca entrei na sua casa. Ficamos apenas. Ela me sorri, e passa. Alice, Amanda, Carol, Polyana, meu Deus!, onde estará o meu amor? Abatido sento-me num banco da Praça 1* de maio e, sem notar nos casais ali, seguro a cabeça entre as mãos lutando com minhas lembranças. E na minha cabeça vêm tantas salas, tantos portões, tantos ex-cunhados e sogros, tantas ruas... Desisto. Levanto a cabeça e olho pro Santo Antônio. Pra Vila. Pro Santa Efigênia. Bela Vista. Será o São José? Desisto e tomo novamente a direção da minha casa. Impossível, enlouqueci. Esqueci até onde moro. Estou andando outra vez sem sentido. Mas um rosto começa a se formar no meu pensamento, sua voz, seus gestos, seu corpo. Minhas mãos deixam o bolso e meu passo torna-se mais firme. Ainda não sei aonde as minhas pernas me levarão mas logo me reconcilio com o caminho, as casas, as pessoas. Sorrio feliz para a Gabriela, Marcela, Mariana e até para a Karine porque já sei meu 'destino', que sorri pra mim quando me aproximo do portão e lhe sorrio de volta, benfazejo. Viviane, divertida, quer saber “que cara é essa”, mas só depois de me abraçar e beijar demoradamente. Então faço as pazes com o mundo, entrego-me nos braços do verdadeiro amor, agradecido por a ter encontrado e muito mais feliz por ter me encontrado também.

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